domingo, julho 14, 2013

Leishmaniose ou "a doença do mosquito" - Primeira parte


A leishmaniose é uma doença endémica em Portugal e ocorre em todo o território nacional. 

Mas o que é a leishmaniose? Como se transmite? Quais os sintomas? Como se diagnostica? Como se trata? Como se previne? É transmissível ao ser humano?


Quase todos os donos de cães já ouviram falar da doença ou conheceram  alguém que teve um animal com este problema, sendo assim um tema recorrente nas consultas pela preocupação que gera.


Aspecto comum de um cão com leihsmaniose


O que é a leishmaniose?

É uma doença provocada por um parasita, um protozoário do género Leishmania ( em Portugal, Leishmania Infantum).
Este parasita é transmitido através da picada de um insecto e vai multiplicar-se na pele, gânglios linfáticos, baço, fígado e medula óssea.



Parasitas dentro de macrófago
(célula do centro)


Como se transmite?

A doença é transmitida através da picada de um pequeno insecto hematófago denominado de flébotomo, também conhecido como "mosquito palha"






A infecção ocorre quando um flebótomo fêmea se alimenta de um animal infectado, passando o parasita para outro animal em refeições seguintes.
Estes insectos têm uma actividade nocturna, alimentando-se essencialmemte ao entardecer.
Os flebótomos desenvolvem-se com temperaturas amenas ou elevadas e em zonas húmidas. Zonas ajardinadas, com amontoados de lixo ou matéria orgânica são zonas de maior risco.
Em Portugal a transmissão ocorre principalmente entre Maio e Outubro, no entanto, caso as condições ambientais o permitam, este período poderá ser alargado.

Cães que passem a maior parte do tempo no exterior têm maior risco.


Quais são os sintomas?

Esta doença pode apresentar-se com múltiplos quadros, desde os mais típicos aos menos comuns. O período de incubação pode ser muito variável, e existem animais que permanecem assintomáticos durante anos, sendo no entanto fontes de transmissão da doença para outros.

Os sintomas mais comuns são:

  • Emagrecimento
  • Gânglios aumentados
  • Crescimento exagerado das unhas
  • Perda de pêlo
  • Descamação da pele e úlceras cutâneas
  • Atrofia muscular (cabeça de velho)
  • Epistaxis (hemorragia nasal)
  • Alterações no fígado
  • Anemia
  • Insuficiência renal
Os quadros mais graves e que levam à morte estão normalmente associados a insuficiência renal e anemias.



                                                                 


Como se diagnostica?

O diagnóstico da leishmaniose é efectuado recorrendo a análises de sangue específicas ou à análise de gânglio linfático ou medula óssea (por punção aspirativa).

O diagnóstico precoce e o tratamento atempado melhoram consideravelmente o prognóstico da doença, não hesite em fazer as análises necessárias à mínima suspeita.



Brevemente retornarei a este tema para lhe falar de  como evitar que o seu cão contraia esta doença, e se infelizmente já está com o problema em mãos, não desespere, actualmente muitos dos nossos animais afectados são perfeitamente controlados com os tratamentos existentes, e vivem muitos anos com muito boa qualidade de vida.





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