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sábado, setembro 28, 2013

Raiva, um risco real!



O dia 28 de Setembro é assinalado desde 2007 como o Dia Mundial contra a Raiva, estando associadas a este dia, ações com o objetivo de alertar, educar e combater esta doença a nível mundial.

Em Portugal, a raiva encontra-se oficialmente erradicada desde 1956. Esta meta foi alcançada graças à instituição da vacinação anual obrigatória desde 1926 pelos serviços veterinários oficiais.

A obrigatoriedade da vacinação anti-rábica para todos os cães mantem-se até aos nossos dias. 

A questão "Se não há raiva em Portugal porque razão terei de vacinar o meu cão?", ou a declaração "Eu não quero vacinar o meu cão contra raiva porque já não existe em Portugal", são frases que os médicos veterinários portugueses estão habituados a ouvir na sua prática clínica diária.

Para percebermos a importância da vacinação, temos de saber o que é esta doença e quais as suas consequências.

A raiva é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta várias espécies animais, tal como o cão, o gato, morcegos, raposas, lobos, alguns herbívoros (como vacas), afetando também o Homem

A raiva é uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida entre animais e humanos.

A raiva é transmitida através da saliva do animal infetado e é inoculada no organismo através da mordedura ou através do contacto com arranhões ou feridas abertas na pele ou mucosas. O vírus afeta o sistema nervoso, e provoca como sintomas febre, irritabilidade, ansiedade, agressividade, maior sensibilidade ao toque, à luz e ao som, e à medida que a doença vai evoluindo, ocorre paralisia da faringe e laringe com o característico aumento de saliva/espuma na boca, maior incoordenação motora, convulsões e morte.



O período de incubação da doença (período no qual ainda não há sintomas) pode variar entre 2 a 8 semanas, no entanto, o animal pode começar a transmitir a doença até 10 dias antes de exibir qualquer sintoma.
Por esta razão, em caso de mordedura/agressão, é necessário que o animal fique em quarentena/sequestro, por um período de 15 dias, período no qual é avaliado por um médico veterinário quanto ao surgimento de sintomas de raiva.

Não existe tratamento para a doença após o aparecimento de sintomas, quer em animais, quer em humanos.

A doença é mortal!


Os animais afetados são normalmente eutanasiados.

No caso dos humanos, é possível fazer um tratamento preventivo que impeça o desenvolvimento da doença antes do surgimento dos sintomas. Este tratamento tem que ser instituído com urgência em caso de suspeita de contacto com um animal afetado.

Nesta fase alguns leitores pensarão: " Está bem, a doença transmite-se aos Humanos e é mortal, mas continua erradicada em Portugal. Qual é o risco? Por que razão devo vacinar?"

A resposta é só uma: mobilidade elevada de pessoas e animais.

Não vivemos sós no mundo e através das nossa fronteiras circulam diariamente pessoas e animais, das várias partes do mundo, e infelizmente, nem sempre as regras se cumprem.


Exemplos...

No passado mês de Junho, um cão foi eutanasiado depois de ter mordido 5 pessoas. O cadáver foi enviado para análise e verificou-se que o animal tinha raiva. Este animal entrou em Espanha através de Marrocos e percorreu algumas províncias de Espanha (também podia ter percorrido algumas regiões de Portugal). O que poderia ter ocorrido se a generalidade dos cães em Espanha não estivesse vacinado?

Em 2011 duas pessoas morreram em Portugal após terem contraído raiva. Estas pessoas contraíram a doença em países africanos de Língua Oficial Portuguesa e não em Portugal. Sabemos no entanto que as deslocações entre países africanos e Portugal são atualmente muito frequentes, e a entrada de um animal afetado não será totalmente impossível.


Ainda acha que o risco não é real?

Pela saúde do seu animal e pela saúde de todos nós, vacine anualmente o seu cão contra a raiva.