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quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Nós e os gatos


Os gatos são enigmáticos e muitas vezes difíceis de compreender. Ou talvez não. A verdade é que o desconhecimento da verdadeira natureza dos gatos por parte dos donos resulta frequentemente em comportamentos indesejados.
Este vídeo faz um excelente resumo com muitas dicas para donos de gatos, com particular destaque para a importância do enriquecimento ambiental e a importância da brincadeira.
Excelente nota também para a desmistificação do gato como principal culpado na transmissão da toxoplasmose.

Se tem ou quer vir a ter um amigo felino, aconselho a vizualização deste vídeo.


Tenha gatos felizes!

sexta-feira, dezembro 06, 2013

Desparasitação intestinal em cães e gatos, essencial não esquecer!


A desparasitação, quer interna, quer externa, é um pilar essencial da medicina veterinária preventiva.

Tendo já abordado as questões relacionadas com os parasitas externos num outro artigo (Pulgas, carraças e mosquitos!), impunha-se agora abordar o tema da desparasitação interna, mais concretamente, da desparasitação intestinal.

Os planos de desparasitação intestinal são normalmente definidos no decorrer das consultas de vacinação, mas embora inicialmente os proprietários adiram com entusiasmo, é fácil de verificar que a desparasitação intestinal é algo que rapidamente passa para segundo plano. 
Entre as causas para a ocorrência deste facto encontram-se o esquecimento por parte dos proprietários, as dificuldades de administração dos desparasitantes (frequentemente comprimidos para administração por via oral), dificuldades económicas, aconselhamento de outras entidades não veterinárias (amigos, vizinhos, lojas de animais), e a não visualização dos parasitas nas fezes dos animais, concluindo-se que o animal não está parasitado (o que não é necessariamente verdade).

O que é importante entender, é que a desparasitação intestinal regular é essencial não só para a saúde do seu animal mas também para a saúde humana, porque vários parasitas são transmissíveis ao Homem e são potenciais causadores de doença.


Parasitas intestinais mais comuns 


Nemátodes (vermes redondos ou lombrigas)

Ascarídeos e Ancylostoma 


Ascarídeos (Toxocara canis)
     

São parasitas que afetam principalmente animais jovens, alguns atravessam a barreira placentária e também se transmitem através do leite materno. Os animais adultos podem contaminar-se através da ingestão de ovos e larvas existentes no meio ambiente (nos jardins, em brinquedos contaminados), ou quando ocorre penetração de larvas através da pele (caso do Ancylostoma caninum).


Ciclo de Vida de Ancylostoma Caninum

Tricurídeos

São parasitas do intestino grosso e afetam principalmente adultos que se contaminam através da ingestão dos seus ovos.


Tricurídeos

Céstodes (vermes achatados ou ténias)

Dipylidium caninum

Ténia reconhecida pelos proprietários dos animais como tendo aspeto de um bago de arroz (que na realidade são apenas segmentos do parasita carregados de ovos) Os animais contaminam-se através da ingestão de pulgas (hospedeiro intermédio da ténia). 



Echinococcus granulosus

É uma ténia pequena cujo hospedeiro definitivo é o cão. É o agente da hidatidose ou quisto hidático.


O parasitismo nos animais

Os animais parasitados podem desenvolver vários quadros de doença, desde os mais graves aos mais simples, podendo estar presentes sintomas como diarreias, vómitos, dilatação abdominal, emagrecimento ou  pelo baço. Nos quadros mais graves podem ocorrer obstruções intestinais por parasitas com risco de vida para o animal.


Alguns animais podem ter infeções subclínicas, ou seja, não manifestam sintomas e não se observam parasitas nas fezes, mas podem contaminar o meio ambiente.

Doenças provocadas por parasitas intestinais de cães e gatos no Homem


  • Larva migrans visceralis (provocada pelo ascarideo Toxocara canis)
  • Larva migrans ocular (provocada pelo ascarideo Toxocara canis)
  • Larva migrans cutânea (provocada por Ancylostoma caninum)
  • Quisto hidático (provocada por Echinococcus granulosus, pode afetar os pulmões e o fígado)

Larva migrans cutânea


Protocolos de desparasitação

Os esquemas de desparasitação são normalmente adaptados ao animal, à sua espécie, idade, peso, meio ambiente em que se insere, à facilidade de administração e tendo em conta os tempos que correm, às condicionantes económicas dos proprietários.

Será o médico veterinário que irá aconselhar o tipo de desparasitante (um cachorro, gatinho ou fêmea gestante não farão o mesmo desparasitante de um animal adulto), a forma de administração e a frequência com que será realizada.

Os protocolos genéricos mais usados são:

Cachorros e gatinhos

Iniciam desparasitação aos 15 dias de vida, repetindo de 15 em 15 dias até aos 3 meses, e depois, uma vez por mês até aos 6 meses.

Animais a partir dos 6 meses

Desparasitação ideal de 3 em 3 meses

Animais gestantes

Desparasitar 15 dias antes e 15 dias após o parto


Qual o desparasitante que deve ser usado?

Normalmente é usado um desparasitante de largo espetro, ou seja, com capacidade de atuar em diversos tipos de parasitas.
Existem vários medicamentos no mercado e com formas de administração diversas, desde comprimidos, pastas e soluções para administração oral, a soluções spot-on para aplicação tópica (na pele), esta solução é frequentemente adotada quando os proprietários não conseguem administrar medicamentos por via oral.





Alguns exemplos de desparasitantes internos


Agora caro leitor, pergunte a si próprio: quando foi a última vez que desparasitou o seu animal?




domingo, outubro 06, 2013

Os cães na sociedade

Existem questões, dúvidas, equívocos e até erros recorrentes por parte dos proprietários dos cães, que quando não esclarecidos e corrigidos, podem originar situações complicadas de gerir a nível comportamental e da saúde física do animal.

Aproveitando o Dia do Animal e o Dia do Médico Veterinário, a Ordem dos Médicos Veterinários lançou um video com conselhos muito simples, mas extremamente importantes para uma melhor compreensão e uma futura melhor relação entre pessoas e cães.

O video aborda vários temas no âmbito do comportamento animal, como a questão da socialização de cachorros, a interação com crianças, a linguagem corporal dos cães (com maior relevância para os sinais de ansiedade e agressividade), conselhos sobre a forma de treinar um cachorro, abordando ainda algumas questões de saúde e medicina preventiva, como as vacinas necessárias, desparasitações, ou as vantagens de esterilizar o seu animal.

Sendo uma apresentação repleta de conselhos importantes, aconselho todos os proprietários ou futuros proprietários de amigos de patas e bigodes que ladram, a disponibilizar cerca de 15 minutos para o visualizarem.





Não se arrependeram pois não...

sábado, setembro 28, 2013

Raiva, um risco real!



O dia 28 de Setembro é assinalado desde 2007 como o Dia Mundial contra a Raiva, estando associadas a este dia, ações com o objetivo de alertar, educar e combater esta doença a nível mundial.

Em Portugal, a raiva encontra-se oficialmente erradicada desde 1956. Esta meta foi alcançada graças à instituição da vacinação anual obrigatória desde 1926 pelos serviços veterinários oficiais.

A obrigatoriedade da vacinação anti-rábica para todos os cães mantem-se até aos nossos dias. 

A questão "Se não há raiva em Portugal porque razão terei de vacinar o meu cão?", ou a declaração "Eu não quero vacinar o meu cão contra raiva porque já não existe em Portugal", são frases que os médicos veterinários portugueses estão habituados a ouvir na sua prática clínica diária.

Para percebermos a importância da vacinação, temos de saber o que é esta doença e quais as suas consequências.

A raiva é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta várias espécies animais, tal como o cão, o gato, morcegos, raposas, lobos, alguns herbívoros (como vacas), afetando também o Homem

A raiva é uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida entre animais e humanos.

A raiva é transmitida através da saliva do animal infetado e é inoculada no organismo através da mordedura ou através do contacto com arranhões ou feridas abertas na pele ou mucosas. O vírus afeta o sistema nervoso, e provoca como sintomas febre, irritabilidade, ansiedade, agressividade, maior sensibilidade ao toque, à luz e ao som, e à medida que a doença vai evoluindo, ocorre paralisia da faringe e laringe com o característico aumento de saliva/espuma na boca, maior incoordenação motora, convulsões e morte.



O período de incubação da doença (período no qual ainda não há sintomas) pode variar entre 2 a 8 semanas, no entanto, o animal pode começar a transmitir a doença até 10 dias antes de exibir qualquer sintoma.
Por esta razão, em caso de mordedura/agressão, é necessário que o animal fique em quarentena/sequestro, por um período de 15 dias, período no qual é avaliado por um médico veterinário quanto ao surgimento de sintomas de raiva.

Não existe tratamento para a doença após o aparecimento de sintomas, quer em animais, quer em humanos.

A doença é mortal!


Os animais afetados são normalmente eutanasiados.

No caso dos humanos, é possível fazer um tratamento preventivo que impeça o desenvolvimento da doença antes do surgimento dos sintomas. Este tratamento tem que ser instituído com urgência em caso de suspeita de contacto com um animal afetado.

Nesta fase alguns leitores pensarão: " Está bem, a doença transmite-se aos Humanos e é mortal, mas continua erradicada em Portugal. Qual é o risco? Por que razão devo vacinar?"

A resposta é só uma: mobilidade elevada de pessoas e animais.

Não vivemos sós no mundo e através das nossa fronteiras circulam diariamente pessoas e animais, das várias partes do mundo, e infelizmente, nem sempre as regras se cumprem.


Exemplos...

No passado mês de Junho, um cão foi eutanasiado depois de ter mordido 5 pessoas. O cadáver foi enviado para análise e verificou-se que o animal tinha raiva. Este animal entrou em Espanha através de Marrocos e percorreu algumas províncias de Espanha (também podia ter percorrido algumas regiões de Portugal). O que poderia ter ocorrido se a generalidade dos cães em Espanha não estivesse vacinado?

Em 2011 duas pessoas morreram em Portugal após terem contraído raiva. Estas pessoas contraíram a doença em países africanos de Língua Oficial Portuguesa e não em Portugal. Sabemos no entanto que as deslocações entre países africanos e Portugal são atualmente muito frequentes, e a entrada de um animal afetado não será totalmente impossível.


Ainda acha que o risco não é real?

Pela saúde do seu animal e pela saúde de todos nós, vacine anualmente o seu cão contra a raiva.

quinta-feira, setembro 26, 2013

Traqueobronquite infeciosa ou "tosse do canil"



A traqueobronquite infeciosa é mais conhecida pelos proprietários de cães como "tosse do canil" ou até, "gripe dos cães", é uma doença que afeta as vias aéreas superiores dos cães, e é de muito fácil transmissão, sendo mais frequente em animais que mantêm contacto próximo com outros animais, tal como acontece em hoteis canil  ou em albergues, ou até em hospitais veterinários.


Desenganem-se os donos que acham que os seus cães não estão em risco porque não frequentam estes espaços, o simples contacto com um animal infetado durante o seu passeio regular no jardim à porta de casa, pode ser o suficente para o seu cão contrair a doença.

A "tosse de canil" é uma doença que pode ocorrer em qualquer altura do ano, poderá ocorrer um pouco mais quando as temperaturas baixam e os espaços são menos ventilados.


Quais as causas desta doença?

Causas e não causa!
São vários os agentes patogénicos , de entre vírus e bactérias, responsáveis pelo desenvolvimento desta doença, podendo existir de forma isolada ou associada.
Os agentes mais comuns são:
  • a Bordetella bronchiseptica (Bb), uma bactéria
  • o vírus da Parainfluenza canina (Pi)
  • Adenovírus tipo 2
  • Herpesvírus canino
  • Reovírus canino

Como se transmite a doença?

É uma doença altamente contagiosa, transmite-se principalmente por via aérea (pela tosse e espirros) e por fomites (objetos e superfícies contaminadas, tal como comedouros e bebedouros).


Quais são os sintomas?

É uma doença caracterizada por acessos de tosse seca e intensa. Os proprietários descrevem frequentemente a situação com se o animal tivesse algo preso na garganta.
Estes acessos ocorrem frequentemente após um período de maior atividade ou excitação. 


Os animais podem por vezes parecer querer vomitar ou podem mesmo vomitar algum fluído.
Regra geral os animais encontram-se ativos, com apetite normal e sem febre.

A maior parte dos quadros clínicos é relativamente ligeiro e pode ser auto-limitante.

Existe a possibilidade de complicação para broncopneumonia, principalmente em animais muito jovens ou mais debilitados. Nestes casos, os animais podem surgir mais prostrados, com febre, sem apetite ou com dificuldades respiratórias.


Qual o tratamento?

O tratamento da doença consiste principalmente no alívio dos sintomas.
São administrados normalmente antibióticos para o tratamento da infeção com Bordetella bronchiseptica (Bb) e infeções bacterianas secundárias.


Como se previne?

A vacinação é a melhor forma de proteger o seu cão contra esta doença.
Existem várias vacinas disponíveis no mercado.


Muitas vacinas polivalentes (as que habitualmente administra ao seu animal anualmente) incluem a proteção contra o vírus da Parainfluenza canina mas não incluem proteção contra Bordetella bronchiseptica.

Poderá fazer uma Vacina injetável contra tosse de canil que inclui proteção contra os dois agentes.

As vacinas injetáveis devem ser administradas em duas doses com intervalo de 3 a 4 semanas. O animal encontra-se protegido 10 a 15 dias após a vacinação. O reforço é anual.

Existe ainda uma vacina de administração intranasal que confere proteção contra os dois agentes infeciosos mencionados e que poderá ser usada em situações em que os animais estão em maior risco de contrair a doença. Tem a vantagem de conferir uma maior proteção local e da imunidade se desenvolver em 4 dias. Como é uma vacina viva atenuada, alguns animais poderão desenvolver ligeiros sintomas da doença.

A desinfeção dos espaços e objetos e a ventilação do meio ambiente, são importantes medidas a tomar para diminuir a probabilidade de infeção por estes agentes patogénicos


Se pretende colocar o seu animal em hotel canil, é aconselhável efetuar a vacinação com pelo menos 15 dias de antecedência.






quinta-feira, setembro 19, 2013

O meu gato terá que ser vacinado?

Quais são as vacinas necessárias?


Muitos leitores terão gatos em casa que nunca foram vacinados, ou então, começaram por fazer as primeiras vacinas e nunca mais efetuaram os reforços anuais. Associada à não vacinação, está a total ausência de acompanhamento médico veterinário, porque não existe o hábito de realizar consultas de rotina. 

O argumento principal para a não vacinação dos gatos é normalmente o fato dos felinos em causa nunca sairem de casa (ou quase nunca).

Na realidade, se efetivamente o seu gato nunca tem qualquer contato com o espaço exterior ou qualquer contato com outros gatos, o risco de contrair doenças infeciosas será mínimo ou nulo.

No entanto, sem se aperceber, poderá colocar o seu animal em risco de contrair estas doenças ao  longo da sua vida em diversas situações:

  • Quando tem de se ausentar e tem de deixar o seu animal na casa de um amigo que tem outros gatos
  • Quando deixa o seu animal num gatil hotel
  • Quando leva para casa aquele gatinho que está há dias à porta do seu emprego a pedir um dono (situação frequente para os amantes de gatos)
  • Quando decide adquirir outro gato para fazer companhia ao já existente
  • Quando muda de casa e de repente o gato passa a ter aceso ao exterior
  • Quando o animal precisa de ser hospitalizado por qualquer outra patologia

A vacinação anual do seu gato, além de o proteger contra inúmeras doenças infeciosas, permite que pelo menos uma vez por ano, o seu felino seja observado e possa ser avaliado o seu estado geral de saúde, sendo assim possível detetar mais precocemente variadas patologias, informar e aconselhar os proprietários, ou seja, vacina anual é igual a consulta anual.


Os gatinhos poderão começar a ser vacinados às 8 semanas de vida.



A vacinação inicia-se habitualmente com uma vacina trivalente que ajudará a proteger o seu gatinho contra a rinotraqueíte infeciosa, a calicivirose (doenças que afetam o trato respiratório superior) e contra a panleucopénia felina (gastroenterite viral). Será feito um reforço após 3 a 4 semanas.
Necessita de reforço anual.
Atenção, gatos vacinados contra rinotraqueíte felina e calicivirose poderão desenvolver as doenças porque não é conseguida uma imunidade total, no entanto, os quadros clínicos de gatos vacinados são bastante ligeiros e simples de resolver, os quadros de gatos não vacinados podem ser bastante graves, com complicações associadas e risco de vida do animal.

A vacinação contra a leucemia felina (ou leucose felina) é sempre muito controversa, havendo algumas correntes de opinião, e poderá encontrar variados artigos, em que a vacinação contra esta doença é desanconselhada por ter sido muito associada ao desenvolvimento de fibrossarcomas (tumores do tecido subcutâneo, muito agressivos e invasivos), no local da inoculação da vacina.
Eu aconselho sempre esta vacina pelas razões que já expliquei.
Em relação ao risco de desenvolvimento de fibrossarcomas a minha experiência é a seguinte:

  • Existem mais animais com leucemia felina do que com fibrossarcomas, como tal, sendo o risco de contrair a doença superior, quanto a mim é preferível optar pela vacinação.
  • Os casos de fibrossarcoma que já segui não estavam associados à vacinação contra  leucemia felina, aliás, um dos casos era de um gato que nunca tinha feito uma injeção sequer na sua vida.

Se o seu gato não sair realmente de casa e não tiver contato com outros gatos, o risco de contrair a doença será mínimo e poderá optar por não administrar esta vacina.

A primovacinação contra leucemia felina é feita com duas doses com intervalo de 3 a 4 semanas, sendo depois necessário um reforço anual.
O seu médico veterinário poderá querer despistar com uma análise de sangue, se o seu gato é portador de leucemia felina antes de iniciar a vacinação.

A vacinação contra a raiva não é obrigatória em Portugal, ficando ao critério dos donos se a desejam ou não fazer.


Espero ter sido esclarecedora.

terça-feira, setembro 17, 2013

Parvovirose canina


Caro leitor, se é o orgulhoso dono de um cachorro ou cão jovem que ainda não completou as primeiras vacinas, ou se tem um cão que nunca vacinou ou já não vacina há alguns anos, é importante que leia esta artigo.
 
Quando o médico veterinário lhe recomenda que  não deve permitir o contato do seu cão  com outros cães dos quais desconheça o estado de vacinação, e não o deve levar para espaços públicos frequentados por outros cães enquanto as primeiras vacinas não forem administradas e se considere que o animal está protegido, o objetivo é reduzir a probabilidade do seu animal contrair doenças infeciosas graves e muitas vezes mortais.
 
Uma dessas doenças é a parvovirose canina.
 
 
O que é a parvovirose canina?
 
A parvovirose canina é uma doença viral altamente infeciosa e contagiosa que atinge a população canina. Os animais que têm até um ano de idade são os mais suscetíveis a desenvolver a doença, e os animais com idade até às 8 semanas são os que desenvolvem os quadros mais graves e com uma mortalidade superior.
Algumas raças, tal como o Rottweiler, o Pit Bull, o Pastor Alemão ou o Labrador retriever são também mais sensíveis à infeção.
Existem duas formas da doença: a forma intestinal e a forma cardíaca.
A forma cardíaca é menos comum. Afeta o músculo cardíaco normalmente em animais mais jovens. Provoca morte súbita.
A forma intestinal é a mais comum e é caraterizada por vómitos e diarreia, normalmente com sangue e muito nauseabunda.
 
 
Como se transmite?
 
O vírus é eliminado em grandes quantidades através das fezes dos animais doentes. O virus é altamente resistente no meio ambiente, podendo sobreviver meses, em ambientes muito quentes ou muito frios, e manter-se em objetos como taças de água ou comida, roupas, sapatos, brinquedos e camas. É resistente à maioria dos detergentes e desinfetantes.
Os cães contaminam-se pela ingestão do vírus.
 
 
Quais são os sintomas da forma intestinal?
 
Os sintomas demoram 3 a 10 dias a desenvolver-se desde o início da infeção:
  • Vómitos (normalmente o primeiro sintoma)
  • Diarreia muito severa (geralmente com sangue)
  • Anorexia (falta de apetite)
  • Letargia
  • Febre (por vezes podem ter hipotermia- baixa temperatura corporal)
  • Desidratação severa
 



Como se diagnostica?
 
O diagnóstico é feito através dos sintomas e análises laboratoriais.
Na própria clínica veterinária, é possível efetuar um teste rápido (kit Elisa), que permite a deteção da presença de partículas do vírus nas fezes.

 
 

Os animais com parvovirose também apresentam leucopénia (contagem de glóbulos brancos baixa).
O seu médico veterinário poderá considerar efetuar outras análises, ecografia abdominal ou rx abdominal para descartar outras causas de gastroenterite hemorrágica.
 
 
Qual o tratamento possível?
 
O tratamento é um tratamento de suporte e sintomático, requerendo frequentemente o internamento do animal.
  • Fluidoterapia endovenosa (soro para corrigir a desidratação e desiquilíbrios eletrolíticos provocados pelos vómitos e diarreia)
  • Antibióticos (para prevenir as infeções devido à entrada em circulação de bactérias através do intestino)
  • Medicação para controlo de náusea e vómito
 



Como eliminar o vírus do meio ambiente?
 
O único agente eficaz contra o vírus da parvovirose é a lixívia.
Poderá desinfetar o espaço interior, sapatos e objetos do seu animal com uma solução de lixívia de 1 parte de lixívia para 30 partes de água, deixando atuar 10 minutos.
Objetos que não podem ser desinfetados devem ser inutilizados.
Espaços exteriores são mais difíceis de desinfetar, principalmente se temos superfícies com terra ou relva. Poderá lavar com água mais frequentemente para ir eliminando o vírus por arrastamento.
 
 
Como prevenir esta doença?
 
Vacinar! Vacinar! Vacinar!
 
Como referi inicialmente, enquanto o seu animal não estiver vacinado, não deverá frequentar os espaços públicos ou ter contato com cães que não sabe se estão ou não vacinados.
A vacinação contra parvovirose pode ser iniciada às 6 semanas de idade, sendo necessários reforços com intervalo de 3 a 4 semanas até às doses semanas de idade. Em animais de raças mais sensíveis, poderá ser feito novo reforço às 16 semanas (vacinação completa com pelo menos 3 doses).
 
Saiba mais sobre quais as vacinas necessárias ao seu cão aqui.
 
 
 
A vacinação contra parvovirose canina não é uma opção, é uma obrigação.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, setembro 03, 2013

Regresso a casa e uma infestação de pulgas!!!

Para muitos de nós acabaram as férias e está na altura de regressar a casa e ao trabalho. 
Acabaram os dias sem relógio e sem obrigações e instala-se um certo nervoso miudinho e até alguma pequena irritação por ter de voltar às rotinas, mesmo quando o nosso trabalho é fonte de prazer e satisfação.
Todos estes sentimentos serão comuns a muitos de vós.
O que muitos de vós que têm cães ou gatos, e que deixaram a casa com os donos para passarem as férias em família ou em algum hotel canil ou gatil não esperarão quando regressarem ao vosso lar será o ataque de centenas de pontinhos pretos sedentos de alimento, e que não escolhem hospedeiro, picando todos os seres de duas e de quatro patas que se atravessem no caminho.

Tem uma infestação de pulgas em casa!
                                                    
                             


Perguntará o leitor: Como entraram as pulgas? Nunca vi pulgas em casa!

A resposta é: Não viu mas já se encontravam em casa quando saiu. 

Para entender o processo temos que perceber um pouco o ciclo de vida da pulga, ou seja, como se reproduz.




A pulga adulta alimenta-se de sangue no seu hospedeiro (animal ou humano) e coloca os seus ovos na superfície do hospedeiro.
Esses ovos vão cair para o chão e irão eclodir em cerca de duas semanas dando origem às larvas de pulga.
As larvas alimentam-se de fezes de pulga e outros detritos orgânicos que se encontram no chão, vão passando por vários estados larvares até se envolverem num casulo e chegarem à fase de pupa. Este processo demora cerca de duas semanas. 
O ciclo completo demorará entre três a quatro semanas.
No entanto, a pulga adulta só sairá do casulo se tiver condições de sobrevivência, ou seja, se tiver um hospedeiro que lhe permita alimentar-se. Desta forma, quando deixamos as nossas casas vazias por períodos mais ou menos prolongados, as pulgas só sairão do seu casulo no momento em que entramos em casa, assim que sentirem a vibração do solo, indicando que alimento fresco está a caminho.

Como prevenir e como resolver o problema?

A prevenção passa por actuar em duas frentes: no animal e no meio ambiente.

O animal deverá ser protegido durante todo o ano porque mesmo durante o Inverno as condições de temperatura e humidade dentro das nossas casas permitem a reprodução das pulga. Essa proteção poderá ser conseguida através da aplicação de antiparasitários externos com ação nos adultos e também nos ovos e larvas, podendo ser associados medicamentos de administração oral que atuam diretamente na reprodução da pulga.
Saiba mais sobre as soluções existentes em:


A prevenção no meio ambiente passa por aspirar regularmente e lavar o solo e tecidos onde o animal passe mais tempo. 
Os tapetes, carpetes e chão de madeira com frestas são ambientes mais propícios ao desenvolvimento das pulgas, sendo os mosaicos muito mais fáceis de manter.
Poderão ser utilizados inseticidas de ambiente para controlar a população.
Atenção que a maior parte destes inseticidas é tóxico para pessoas e animais, e não devem ser colocados nos locais que vão ser frequentados imediatamente. Eu costumo recomendar que o tratamento seja feito num dia de fim de semana, sendo a aplicação feita de manhã e deixando as janelas abertas, o produto atua enquanto a família (animais incluídos) vai passear. No final do dia basta aspirar e lavar. Mesmo assim deve limitar o acesso dos animais ás zonas tratadas.
Deve sempre respeitar as indicações de segurança dos produtos.
Considero os dois exemplos seguintes seguros e eficazes.

Produto para tratamento de meio ambiente
Não tóxico para animais e pessoas
Encontra em centros médico veterinários
Encontra em superfícies comerciais
Recomendo uma aplicação de um produto de controlo ambiental no dia que sair para férias, desta forma conseguirá controlar a reprodução.

As camas, mantas e cobertores dos animais devem ser lavadas regularmente a temperaturas elevadas.



A resolução da situação quando já temos o problema instalado passa por:
  • Aplicação de antiparasitário externo no animal
  • Administração oral de medicamentos ao animal que ajudem a eliminar rapidamente as pulgas (ex:Capstar)
  • Aplicação de produto de controlo ambiental
  • Lavagem de superfícies e camas de animais.
Existem soluções eficazes e rápidas para resolver o problema, não desespere e atue rapidamente.