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terça-feira, setembro 17, 2013

Parvovirose canina


Caro leitor, se é o orgulhoso dono de um cachorro ou cão jovem que ainda não completou as primeiras vacinas, ou se tem um cão que nunca vacinou ou já não vacina há alguns anos, é importante que leia esta artigo.
 
Quando o médico veterinário lhe recomenda que  não deve permitir o contato do seu cão  com outros cães dos quais desconheça o estado de vacinação, e não o deve levar para espaços públicos frequentados por outros cães enquanto as primeiras vacinas não forem administradas e se considere que o animal está protegido, o objetivo é reduzir a probabilidade do seu animal contrair doenças infeciosas graves e muitas vezes mortais.
 
Uma dessas doenças é a parvovirose canina.
 
 
O que é a parvovirose canina?
 
A parvovirose canina é uma doença viral altamente infeciosa e contagiosa que atinge a população canina. Os animais que têm até um ano de idade são os mais suscetíveis a desenvolver a doença, e os animais com idade até às 8 semanas são os que desenvolvem os quadros mais graves e com uma mortalidade superior.
Algumas raças, tal como o Rottweiler, o Pit Bull, o Pastor Alemão ou o Labrador retriever são também mais sensíveis à infeção.
Existem duas formas da doença: a forma intestinal e a forma cardíaca.
A forma cardíaca é menos comum. Afeta o músculo cardíaco normalmente em animais mais jovens. Provoca morte súbita.
A forma intestinal é a mais comum e é caraterizada por vómitos e diarreia, normalmente com sangue e muito nauseabunda.
 
 
Como se transmite?
 
O vírus é eliminado em grandes quantidades através das fezes dos animais doentes. O virus é altamente resistente no meio ambiente, podendo sobreviver meses, em ambientes muito quentes ou muito frios, e manter-se em objetos como taças de água ou comida, roupas, sapatos, brinquedos e camas. É resistente à maioria dos detergentes e desinfetantes.
Os cães contaminam-se pela ingestão do vírus.
 
 
Quais são os sintomas da forma intestinal?
 
Os sintomas demoram 3 a 10 dias a desenvolver-se desde o início da infeção:
  • Vómitos (normalmente o primeiro sintoma)
  • Diarreia muito severa (geralmente com sangue)
  • Anorexia (falta de apetite)
  • Letargia
  • Febre (por vezes podem ter hipotermia- baixa temperatura corporal)
  • Desidratação severa
 



Como se diagnostica?
 
O diagnóstico é feito através dos sintomas e análises laboratoriais.
Na própria clínica veterinária, é possível efetuar um teste rápido (kit Elisa), que permite a deteção da presença de partículas do vírus nas fezes.

 
 

Os animais com parvovirose também apresentam leucopénia (contagem de glóbulos brancos baixa).
O seu médico veterinário poderá considerar efetuar outras análises, ecografia abdominal ou rx abdominal para descartar outras causas de gastroenterite hemorrágica.
 
 
Qual o tratamento possível?
 
O tratamento é um tratamento de suporte e sintomático, requerendo frequentemente o internamento do animal.
  • Fluidoterapia endovenosa (soro para corrigir a desidratação e desiquilíbrios eletrolíticos provocados pelos vómitos e diarreia)
  • Antibióticos (para prevenir as infeções devido à entrada em circulação de bactérias através do intestino)
  • Medicação para controlo de náusea e vómito
 



Como eliminar o vírus do meio ambiente?
 
O único agente eficaz contra o vírus da parvovirose é a lixívia.
Poderá desinfetar o espaço interior, sapatos e objetos do seu animal com uma solução de lixívia de 1 parte de lixívia para 30 partes de água, deixando atuar 10 minutos.
Objetos que não podem ser desinfetados devem ser inutilizados.
Espaços exteriores são mais difíceis de desinfetar, principalmente se temos superfícies com terra ou relva. Poderá lavar com água mais frequentemente para ir eliminando o vírus por arrastamento.
 
 
Como prevenir esta doença?
 
Vacinar! Vacinar! Vacinar!
 
Como referi inicialmente, enquanto o seu animal não estiver vacinado, não deverá frequentar os espaços públicos ou ter contato com cães que não sabe se estão ou não vacinados.
A vacinação contra parvovirose pode ser iniciada às 6 semanas de idade, sendo necessários reforços com intervalo de 3 a 4 semanas até às doses semanas de idade. Em animais de raças mais sensíveis, poderá ser feito novo reforço às 16 semanas (vacinação completa com pelo menos 3 doses).
 
Saiba mais sobre quais as vacinas necessárias ao seu cão aqui.
 
 
 
A vacinação contra parvovirose canina não é uma opção, é uma obrigação.
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, setembro 12, 2013

Intoxicação por ingestão de uvas em cães

Sabia que seu cão não pode comer uvas?


Por esta altura já vários leitores estarão a comentar " o meu cão toda a vida comeu uvas e nunca ficou doente ou intoxicado".

As uvas e passas de uva podem ser tóxicas para o seu cão (também para gatos, mas estes são mais seletivos naquilo que ingerem e estas situações são menos frequentes).

Ainda não se conseguiu determinar exatamente, qual o composto que provoca a toxicidade (ocratoxina, taninos, pesticidas), e na verdade, nem todos os cães desenvolvem quadros de intoxicação após a ingestão de uvas.

O mecanismo da intoxicação não está definido, mas o risco da situação reside no fato de muitos cães desenvolverem uma insuficiência renal aguda que os poderá levar à morte.


Sintomas de intoxicação
  • Vómito, pode iniciar poucas horas após a ingestão
  • Diarreia (pode conter vestígios de uvas)
  • Perda de apetite, fraqueza
  • Dor abdominal
  • Oligúria (o animal urina pouca quantidade)
  • Anúria (o animal não produz urina, estaremos perante uma insuficiência renal aguda).

Primeiros socorros em casa

Se perceber que o seu animal ingeriu uvas e passaram menos de duas horas após a ingestão, poderá induzir o vómito:

  • Administre por via oral peróxido de hidrogénio a 3 º/o (água oxigenada a 10 volumes, a vulgar para desinfeção de feridas), entre 1 a 5 ml por Kg. Aguarde 15 minutos para o animal vomitar. Se não funcionar poderá repetir o processo mais duas vezes.
  • Administre água saturada de sal (a água fica branca de sal). Este método é menos usado mas também eficaz.

Atenção, só poderá induzir o vómito do seu cão se este estiver completamente consciente.
Se não conseguir induzir o vómito, ou se conseguir mas o animal está muito prostrado ou apresenta outros sintomas, deverá dirigir-se à clínica ou hospital veterinário.


Tratamento

O tratamento dependerá da situação clínica do animal e da situação da sua função renal.
Nestes casos será sempre necessário fazer algumas análises para verificar até que ponto a função renal se encontra afetada.

O tratamento da intoxicação passa por fluidoterapia intensiva (soro), medicação para estimular a produção de urina quando esta é insuficiente e medicação para controlar os sintomas da parte gastrointestinal (os vómitos e diarreia).
Quando em presença de uma insuficiência renal aguda em que não se verifica rapidamente uma evolução positiva, está indicado fazer hemodiálise ou diálise peritoneal.

Prevenção

Não ofereça uvas ou passas de uva como guloseima ou recompensa ao seu cão, e se verificar que ele tem especial apetência por este fruto, não o deixe acessível onde o seu animal possa chegar.


Mesmo que o seu animal nunca tenha manifestado sinais de intoxicação após a ingestão de uvas, jogue pelo seguro.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Síndrome do cão nadador ou do cão plano

A história do cachorro Mick tem comovido muitas pessoas e muitas me perguntam o que é este síndrome e o que o provoca.



O cachorro nadador não consegue andar, apresenta os membros anteriores afastados lateralmente, o tórax e o abdómen estão assentes no chão, e os membros posteriores podem estar esticados ou podem apresentar outra posição por alteração da articulação do joelho (casos mais graves e com pior prognóstico).
Estes cachorros arrastam-se pelo chão usando os membros anteriores de uma forma que parece que estão a nadar.
Estes animais apresentam um tórax achatado (podem apresentar outras deformações associadas como pectus escavatum-depressão do esterno e costelas) e um abdómen arredondado.


Em relação à causa, não existe muito consenso. Pensou-se que os pisos escorregadios podiam provocar este problema, no entanto, também existem casos de cachorros nadadores em pisos não escorregadios. Causas nutricionais (como deficiências vitamínicas), toxinas no leite materno, e origem genética também foram consideradas mas as respostas não são conclusivas.

Os animais mais predispostos são cães de raças pequenas (Yorkshire Terrier, West Highland White Terrier,) e cães com membros curtos e tórax largo (Pequinês, Bulldog Francês, Bulldog Inglês).

Os cachorros normais começam a andar entre as 2 e as 3 semanas de idade. Quando um cachorro não consegue andar às 3 semanas podemos estar na presença de um cachorro nadador.
Os cachorros normais dormem de lado, estes cachorros dormem de barriga para baixo e não conseguem permanecer na posição lateral.
Devido à sua conformação, têm dificuldade em respirar e respiram frequentemente com a boca aberta.
Como não mamam corretamente, regurgitam e podem aspirar o leite para os pulmões e desenvolver uma pneumonia, sendo esta uma causa de morte frequente nestes cachorros.

Como tratar estes animais?

Alguns destes animais recuperam espontaneamente e outros têm bom prognóstico com intervenção precoce. Em casos mais graves com outras malformações associadas, o prognóstico pode ser mais grave.

  • Os cachorros nadadores devem ser colocados frequentemente de lado quando dormem
  • Quando mamam, devem ser colocados nos mamilos mais perto do chão, devendo ser colocados de lado segurando a sua cabeça e corpo enquanto mamam
  • Embora não exista uma relação causal, os solos lisos e escorregadios podem agravar o problema, devendo por isso evitar colocar os cachorros nestas superfícies
  • Os membros devem ser massajados 
  • Podem ser colocadas bandas adesivas a unir os membros de forma a serem mantidos na posição fisiológica


  • Pode ser colocado um arnês várias vezes por dia de forma a retirar a pressão do tórax e abdómen e manter os membros na posição correta.

  • Natação 

Como prevenir?

Quando a causa não é verdadeiramente conhecida é difícil estabelecer uma a prevenção eficaz, no entanto, é aconselhável não colocar à reprodução animais com historial de cachorros nadadores nas suas ninhadas.


Histórias felizes!

sábado, agosto 17, 2013

Como limpar os ouvidos do seu animal de estimação?


A observação e higiene regular das orelhas e condutos auditivos do seu cão ou gato é muito importante porque permite detetar os problemas associados mais precocemente e prevenir situações mais graves.

É frequente os animais chegarem à consulta já com otites graves, orelhas traumatizadas ou até otohematomas, resultantes de processos prolongados, e cujos donos só se aperceberam quando o animal começou a abanar insistentemente a cabeça, a coçar as orelhas, quando o cheiro se tornou nauseabundo ou a secreção purulenta começou a decorar as paredes da casa.
Uma das histórias mais comuns é "estou a dar banho ao meu cão todas as semanas e mesmo assim ele continua a cheirar muito mal", ficando muitas vezes os proprietários muito admirados quando percebem que o odor vem de uma otite instalada há semanas.



Os ouvidos são ambientes "quentes e húmidos" e cheios de curvas e reentrâncias, como tal, favorecem o desenvolvimento de alguns agentes como bactérias, parasitas e leveduras que causam inflamações e infeções. Alguns animais poderão ser mais sensíveis a estes problemas, como animais de orelhas caídas ou com muito pelo (como os Cocker Spaniel, os Basset Hound ou os Caniches), ou animais com problemas de alergias.


Com que frequência devo limpar os ouvidos do meu animal?

A frequência necessária dependerá do próprio animal.
Aconselho que observe os ouvidos do seu animal semanalmente. Se não apresentar detritos, não precisa limpar. Animais que produzam mais cerúmen podem beneficiar de uma limpeza semanal. Animais em tratamento para otites podem necessitar de limpeza mais frequente ( a determinar pelo médico veterinário). 
Atenção: a limpeza excessiva pode causar maior irritação dos ouvidos!


O meu animal não pára quieto e eu não consigo limpar ou ouvidos. O que fazer?

Esta é uma questão muito frequente. Os ouvidos são muito sensíveis e os cães e ou gatos não são muito fãs da sua manipulação, principalmente se a associarmos a um processo doloroso.
Tal como acontece com o corte de unhas, os animais devem ser habituados desde jovens à manipulação e limpeza dos ouvidos, associando esta manipulação a experiências agradáveis (pode oferecer uma recompensa como um biscoito).
Muitas vezes serão necessárias duas pessoas para levar a cabo e extenuante tarefa: uma segura, a outra limpa.
No caso dos cães será necessário manter a cabeça segura e quieta, no caso dos gatos poderá enrolar o animal totalmente numa toalha deixando apenas a cabeça livre. O ambiente deverá ser tranquilo e pode aproveitar as alturas em que os animais estejam mais dóceis ou cansados.
Teorias bonitas... Este será o comentário de alguns dos leitores. Grande verdade, para alguns animais poderá não ser possível executar esta tarefa.
Nestes casos continua a ser importante observar regularmente os ouvidos do seu animal para o poder levar ao veterinário assim que detetar algum problema.


Quais produtos que posso usar para limpar os ouvidos do meu animal?

Começarei pelos produtos que não pode usar: água, soro fisiológico, água oxigenada. Estes produtos deixarão o ouvido húmido e vão propiciar o desenvolvimento de infeções. Por esta razão é sempre recomendado um cuidado adicional quando se dá banho aos animais, evitando sempre que entre água dentro dos ouvidos. Poderá usá-los apenas para limpar a zona mais externa do ouvido secando depois muito bem (por vezes acumulam-se detritos que não conseguimos remover doutra forma).

Existem no mercado soluções próprias para a limpeza de ouvidos. Estas soluções permitem dissolver os detritos que se acumulam nos ouvidos. Pode encontrá-las em frasco ou em monodose. Qualquer centro veterinário as terá disponíveis. Existem também toalhitas para limpeza de ouvidos, não permitem no entanto uma limpeza mais profunda do conduto auditivo.


Qual o procedimento para uma correta limpeza?

1-Inspecione o ouvido do seu animal

2-Se a pele estiver lisa, rosada, sem descamação e sem detritos visíveis: não precisa fazer nada.


3-Se observar uma pequena quantidade de cera ou detritos de cor clara, sem cheiro, e a pele apresenta um aspeto saudável: coloque um pouco da solução de limpeza num algodão (ou use uma toalhita) e com ajuda do seu dedo remova todos os detritos. Não avance muito no canal auditivo e não use cotonetes porque pode empurrar as secreções mais para o interior e magoar o animal. Os cotonetes poderão ser utilizados apenas para a limpeza das pequenas curvas exteriores (principalmente nos gatos).

Colocar solução de limpeza auricular no algodão

Remover a secreção visível

Uso do cotonete para limpeza das pregas do ouvido do gato


4-Se verificar que existe muita secreção terá de efetuar uma limpeza mais completa: deve colocar umas gotas diretamente no canal auditivo, de seguida deve massajar a base da orelha (vai ouvir um som de chocalhar, sinal que o produto entrou e está a distribuir-se), o animal irá abanar a cabeça (deixe fazer) e o produto irá sair juntamente com as secreções em excesso. Remova depois com um algodão no dedo o líquido que ficou à entrada do canal auditivo.

Introduzir solução de limpeza auricular no canal auditivo
Massagem da base da orelha

Se verificar que
  • a secreção é exuberante 
  • a secreção tem cor preta, amarela ou esverdeada, 
  • a secreção tem um cheiro nauseabundo
  • a pele do pavilhão auricular está vermelha, a descamar, muito espessa
  • o animal abana a cabeça
  • o animal coça continuamente um ou os dois ouvidos
está na altura de o animal ser observado por um médico veterinário de forma a ser iniciado o tratamento adequado.

Monitorize regularmente os ouvidos do seu cão e do seu gato!

terça-feira, agosto 13, 2013

O meu cão enjoa quando viaja de carro. O que fazer?

O leitor e o seu cão deslocam-se de carro em direcção às suas merecidas férias, ou apenas para um passeio num jardim mais longínquo, ou até para a clínica veterinária para a consulta de rotina e vacinação. De repente, apercebe-se que o seu cão está inquieto, agitado,vocaliza de forma aflitiva, a baba já quase enche uma taça e o seu cão acaba por vomitar toda a refeição que lhe deu antes da viagem. Para completar o quadro só falta uma coloração esverdeada na pele que caracteriza os humanos que sofrem do mesmo mal.

É verdade, o seu cão enjoa quando se desloca de carro.

Em época de férias em que as viagens são mais longas, é frequente os donos dos cães deslocarem-se às clínicas e pedirem medicação que controle esta situação, e normalmente lá seguem viagem sem grandes problemas e com o cão a dormir durante todo o percurso e ainda mais umas horas depois da chegada ao destino, isto porque a maior parte das soluções com medicamentos têm como efeito a sedação do animal.






Mas afinal, qual a razão disto acontecer? E como podemos resolver o problema?

Normalmente são os cachorros e cães mais jovens que têm maior tendência a enjoar. Isto ocorre porque as estruturas que controlam o equilíbrio não estão ainda completamente desenvolvidas.
A maior parte dos animais acaba por resolver este problema à medida que cresce.

Existem no entanto alguns animais que nunca ultrapassam a situação. A razão prende-se com questões comportamentais. São cães que associam a viagem de carro a algo negativo e desconfortável como o simples facto de ficarem maldispostos e vomitarem, ou até uma visita ao veterinário. Alguns destes animais começam a exibir sinais de ansiedade apenas com a aproximação ao automóvel ainda antes de se ligar o motor.

Para ajudar o seu animal e aumentar a sua tolerância às deslocações de carro, terá de transformar o carro e a viagem em algo agradável, de forma a que este os associe a algo positivo, para isso terá de ter algum tempo e paciência.

Poderá começar o processo por fases, inicialmente fazer a aproximação ao carro sem entrar, depois colocar o animal no carro sem ligar o motor e ir aumentando o tempo que permanece no seu interior, a seguir começar por percorrer pequenos percursos, ir aumentando as distâncias e levando o animal a locais que sejam agradáveis para ele.
O animal deve ser recompensado com uma guloseima ou brinquedo quando não manifestar sinais de ansiedade e só deve passar à fase seguinte quando o seu cão já não ficar incomodado com a fase anterior.




O que podemos fazer para minimizar o problema quando temos de viajar e o animal ainda enjoa?

  • Fazer uma refeição mais pequena que o habitual antes da viagem
  • Fazer paragens frequentes e pequenos passeios durante a viagem
  • Manter o interior do veículo fresco e bem ventilado
  • Transportar o animal numa caixa transportadora

Se continuar com problemas, procure um médico veterinário porque poderá ser necessário fazer medicação.


A medicação necessita de ser administrada algum tempo antes da deslocação (normalmente 1 a 2 horas antes). Os medicamentos mais usados são:
  • Dimenidrinato (o mesmo medicamento anti-náusea que as pessoas usam, tem a sedação como efeito secundário)
  • Sedativos
  • Maropitant (nome comercial - Cerenia), medicamento de uso veterinário que controla a náusea e tem como vantagem não ter qualquer efeito sedativo.

Importante: não administre qualquer medicamento ao seu cão sem consultar um médico veterinário.


Boas viagens!

terça-feira, julho 30, 2013

Vacinas, quais são as necessárias ao meu cão?

Todos os cães precisam de ser vacinados de forma a ficarem protegidos de inúmeras doenças infecciosas que quando contraídas poderão ser mortais.

Os cachorros podem começar a ser vacinados às 6 semanas de vida. 


O seu médico veterinário assistente irá estabelecer um esquema de vacinação que poderá variar de animal para animal consoante a sua idade ou outro critério que o médico veterinário considere relevante.

Boletim sanitário onde são
registadas as vacinações

Apenas poderão ser vacinados os animais que se encontrarem saudáveis.

As primeiras vacinas que qualquer cachorro deve fazer irão proteger contra as seguintes doenças:

Para a vacinação ser eficaz, é necessário fazer mais do que uma dose, o chamado reforço ou "rappel".
É importante que cumpra as datas estipuladas pelo médico veterinário, se não o fizer poderá ser necessário repetir a vacinação para garantir a protecção do animal.

Nos esquemas de vacinação mais comuns as administrações destas vacinas são feitas às 6, 9 e 12 semanas, ou então às 8 semanas com reforço às 12 semanas.
Poderá ser feito um último reforço às 16 semanas, principalmente em animais de raças mais sensíveis como o Pit Bull ou o Rottweiler.

Entre os 3 e os 6 meses de idade, os cachorros devem ser vacinados contra a Raiva. 
Administra-se uma dose única e o reforço é anual. Nesta altura será também aplicado o microchip (identificação electrónica).

Por esta altura considera-se que o cachorro concluiu a primovacinação básica e essencial.
Todos os cães devem estar vacinados contra estas doenças: parvovirose, esgana, hepatite, leptospirose e raiva.

O seu cão poderá ainda beneficiar da protecção contra outras doenças para as quais existem vacinas no mercado. 
A administração ou não destas vacinas dependerá muitas vezes da diponibilidade do proprietário e do risco que o animal corre de estar exposto às respectivas doenças.


Assim, o seu cão poderá ser vacinado contra:

Vacina essencial se pretende colocar o seu cão em canil-hotel, até porque que é exigida como condição de admissão do seu animal nas instalações da maior parte dos canis.
Se o seu animal contacta frequentemente com muitos cães será aconselhável vacinar porque é uma doença de fácil transmissão.
Administração inicial de duas doses, com reforço anual.



  • Piroplasmose ou Babesiose (Febre da carraça)
Vacina aconselhada para todos os cães com maior exposição a ambientes com carraças como cães de quinta ou com acesso ao campo.
Esta vacina protege apenas contra uma das febres da carraça que circulam em Portugal, como tal, é importante manter o animal protegido através da aplicação de produtos antiparasitários externos adequados.
A vacinação pode ser iniciada aos 5 meses de idade. São administradas inicialmente duas doses e o reforço é anual.


  • Leishmaniose ("doença do mosquito")
A vacina contra a leishmaniose canina surgiu recentemente e é mais uma
arma contra esta doença que se encontra amplamente distribuída em Portugal.
Sendo uma doença transmitida através da picada de um insecto (o flebótomo), os animais que passam mais tempo no exterior (principalmente desde o pôr do sol ao amanhecer), e em zonas propícias à multiplicação do agente transmissor (jardins, zonas com muita vegetação ou amontoados de lixo), estão mais expostos e têm maior risco de contrair a doença, desta forma, a vacinação destes animais é altamente aconselhável.
A vacinação pode ser iniciada aos 6 meses de idade. São administradas inicialmente três doses e o reforço é anual.

Mesmo que o animal não seja considerado de alto risco, pode sempre optar por vacinar o seu animal contra estas doenças.

Não se esqueça que é importante cumprir as datas dos reforços indicadas pelo médico veterinário, só desta forma a vacinação é eficaz e o seu animal se encontrará protegido.

domingo, julho 14, 2013

Leishmaniose ou "a doença do mosquito" - Primeira parte


A leishmaniose é uma doença endémica em Portugal e ocorre em todo o território nacional. 

Mas o que é a leishmaniose? Como se transmite? Quais os sintomas? Como se diagnostica? Como se trata? Como se previne? É transmissível ao ser humano?


Quase todos os donos de cães já ouviram falar da doença ou conheceram  alguém que teve um animal com este problema, sendo assim um tema recorrente nas consultas pela preocupação que gera.


Aspecto comum de um cão com leihsmaniose


O que é a leishmaniose?

É uma doença provocada por um parasita, um protozoário do género Leishmania ( em Portugal, Leishmania Infantum).
Este parasita é transmitido através da picada de um insecto e vai multiplicar-se na pele, gânglios linfáticos, baço, fígado e medula óssea.



Parasitas dentro de macrófago
(célula do centro)


Como se transmite?

A doença é transmitida através da picada de um pequeno insecto hematófago denominado de flébotomo, também conhecido como "mosquito palha"






A infecção ocorre quando um flebótomo fêmea se alimenta de um animal infectado, passando o parasita para outro animal em refeições seguintes.
Estes insectos têm uma actividade nocturna, alimentando-se essencialmemte ao entardecer.
Os flebótomos desenvolvem-se com temperaturas amenas ou elevadas e em zonas húmidas. Zonas ajardinadas, com amontoados de lixo ou matéria orgânica são zonas de maior risco.
Em Portugal a transmissão ocorre principalmente entre Maio e Outubro, no entanto, caso as condições ambientais o permitam, este período poderá ser alargado.

Cães que passem a maior parte do tempo no exterior têm maior risco.


Quais são os sintomas?

Esta doença pode apresentar-se com múltiplos quadros, desde os mais típicos aos menos comuns. O período de incubação pode ser muito variável, e existem animais que permanecem assintomáticos durante anos, sendo no entanto fontes de transmissão da doença para outros.

Os sintomas mais comuns são:

  • Emagrecimento
  • Gânglios aumentados
  • Crescimento exagerado das unhas
  • Perda de pêlo
  • Descamação da pele e úlceras cutâneas
  • Atrofia muscular (cabeça de velho)
  • Epistaxis (hemorragia nasal)
  • Alterações no fígado
  • Anemia
  • Insuficiência renal
Os quadros mais graves e que levam à morte estão normalmente associados a insuficiência renal e anemias.



                                                                 


Como se diagnostica?

O diagnóstico da leishmaniose é efectuado recorrendo a análises de sangue específicas ou à análise de gânglio linfático ou medula óssea (por punção aspirativa).

O diagnóstico precoce e o tratamento atempado melhoram consideravelmente o prognóstico da doença, não hesite em fazer as análises necessárias à mínima suspeita.



Brevemente retornarei a este tema para lhe falar de  como evitar que o seu cão contraia esta doença, e se infelizmente já está com o problema em mãos, não desespere, actualmente muitos dos nossos animais afectados são perfeitamente controlados com os tratamentos existentes, e vivem muitos anos com muito boa qualidade de vida.