Quais são as vacinas necessárias?
Muitos leitores terão gatos em casa que nunca foram vacinados, ou então, começaram por fazer as primeiras vacinas e nunca mais efetuaram os reforços anuais. Associada à não vacinação, está a total ausência de acompanhamento médico veterinário, porque não existe o hábito de realizar consultas de rotina.
O argumento principal para a não vacinação dos gatos é normalmente o fato dos felinos em causa nunca sairem de casa (ou quase nunca).
Na realidade, se efetivamente o seu gato nunca tem qualquer contato com o espaço exterior ou qualquer contato com outros gatos, o risco de contrair doenças infeciosas será mínimo ou nulo.
No entanto, sem se aperceber, poderá colocar o seu animal em risco de contrair estas doenças ao longo da sua vida em diversas situações:
- Quando tem de se ausentar e tem de deixar o seu animal na casa de um amigo que tem outros gatos
- Quando deixa o seu animal num gatil hotel
- Quando leva para casa aquele gatinho que está há dias à porta do seu emprego a pedir um dono (situação frequente para os amantes de gatos)
- Quando decide adquirir outro gato para fazer companhia ao já existente
- Quando muda de casa e de repente o gato passa a ter aceso ao exterior
- Quando o animal precisa de ser hospitalizado por qualquer outra patologia
A vacinação anual do seu gato, além de o proteger contra inúmeras doenças infeciosas, permite que pelo menos uma vez por ano, o seu felino seja observado e possa ser avaliado o seu estado geral de saúde, sendo assim possível detetar mais precocemente variadas patologias, informar e aconselhar os proprietários, ou seja, vacina anual é igual a consulta anual.
Os gatinhos poderão começar a ser vacinados às 8 semanas de vida.
A vacinação inicia-se habitualmente com uma vacina trivalente que ajudará a proteger o seu gatinho contra a rinotraqueíte infeciosa, a calicivirose (doenças que afetam o trato respiratório superior) e contra a panleucopénia felina (gastroenterite viral). Será feito um reforço após 3 a 4 semanas.
Necessita de reforço anual.
Atenção, gatos vacinados contra rinotraqueíte felina e calicivirose poderão desenvolver as doenças porque não é conseguida uma imunidade total, no entanto, os quadros clínicos de gatos vacinados são bastante ligeiros e simples de resolver, os quadros de gatos não vacinados podem ser bastante graves, com complicações associadas e risco de vida do animal.
A vacinação contra a leucemia felina (ou leucose felina) é sempre muito controversa, havendo algumas correntes de opinião, e poderá encontrar variados artigos, em que a vacinação contra esta doença é desanconselhada por ter sido muito associada ao desenvolvimento de fibrossarcomas (tumores do tecido subcutâneo, muito agressivos e invasivos), no local da inoculação da vacina.
Eu aconselho sempre esta vacina pelas razões que já expliquei.
Em relação ao risco de desenvolvimento de fibrossarcomas a minha experiência é a seguinte:
- Existem mais animais com leucemia felina do que com fibrossarcomas, como tal, sendo o risco de contrair a doença superior, quanto a mim é preferível optar pela vacinação.
- Os casos de fibrossarcoma que já segui não estavam associados à vacinação contra leucemia felina, aliás, um dos casos era de um gato que nunca tinha feito uma injeção sequer na sua vida.
Se o seu gato não sair realmente de casa e não tiver contato com outros gatos, o risco de contrair a doença será mínimo e poderá optar por não administrar esta vacina.
A primovacinação contra leucemia felina é feita com duas doses com intervalo de 3 a 4 semanas, sendo depois necessário um reforço anual.
O seu médico veterinário poderá querer despistar com uma análise de sangue, se o seu gato é portador de leucemia felina antes de iniciar a vacinação.
A vacinação contra a raiva não é obrigatória em Portugal, ficando ao critério dos donos se a desejam ou não fazer.
Espero ter sido esclarecedora.
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