quinta-feira, janeiro 23, 2014

Colapso da traqueia em cães


Se o seu cão é daqueles que se engasga quando se excita ou bebe água, é possível que estejamos perante um caso de colapso da traqueia.

A traqueia é um orgão em forma de tubo, que transporta o ar até aos pulmões. É formada por um série de anéis cartilagíneos (semelhantes a um tubo de aspirador).

Em alguns animais, esses anéis vão perdendo a capacidade de manter a sua forma, e começam a achatar-se, tornando o interior da traqueia mais estreito, dificultando assim a passagem do ar, e gerando engasgos e tosse seca.


A seta aponta o local em que a traqueia está estenosada.
A preto vê-se o ar dentro da traqueia antes e depois da estenose.

É mais comum em cães de raças pequenas como os Caniches, Spitz, Shi-tzu, Pug, Yorkshire terrier e Bichon maltês, e tem tendência a agravar-se com a idade e a obesidade.

O principal sintoma desta doença é a tosse seca, muitas vezes descrita como "grasnar de ganso". É normalmente despoletada por situações de maior excitação do animal, quando bebe água ou a comer, quando se puxa a coleira comprimindo a traqueia, ou quando o animal fica exposto a irritantes como fumo do tabaco.

Patologias cardíacas ou brônquicas também podem ser a causa do agravamento de sintomas.

O animal poderá apresentar também dificuldade em respirarintolerância ao exercício ou uma cor azulada das mucosas (cor da gengiva e da língua por exemplo). 

O diagnóstico desta doença é feito através da história e sinais clínicos dos animais, exame radiológico e eventualmente broncoscopia.

Embora muitos animais vivam a sua vida sem crises muito complicadas, sendo sempre aconselhável que a sua vida não inclua muita excitação ou exercício intenso, alguns necessitam de tratamento médico.

O tratamento desta patologia é feito recorrendo a antitussicos, broncodilatadores, anti-inflamatórios e por vezes sedativos. Em algumas situações poderá ser necessário oxigenoterapia.



Animais obesos devem emagrecer, e as coleiras cervicais devem ser substituídas por peitorais.

Em animais que não respondem ao tratamento médico poderá ser equacionada a resolução cirúrgica.

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Dean Russo - Retratos cheios de cor

Desde sempre que os animais surgem nas obras dos mais variados artistas e das mais variadas correntes, mostrando claramente que desde sempre as relações entre animais e pessoas geram os mais variados sentimentos e emoções, que alguns resolvem imortalizar para outros poderem apreciar e interiorizar.

Hoje deixo-vos com alguns dos trabalhos de um artista contemporâneo americano, Dean Russo, e nos quais ele retrata a sua relação com os animais através de representações cheias de cores brilhantes e extremamente expressivas.








Podem descobrir o trabalho deste artista aqui.

terça-feira, janeiro 07, 2014

Cachorro novo em casa! E o que faço com ele?!


Ano Novo, Vida Nova, e para alguns de nós, novo animal de estimação, seja ele um presente de Natal, ou um resolução para o novo ano que se inicia.

Para quem nunca teve nenhum animal ao seu cuidado, os primeiros dias são em alguns casos, de ansiedade, muitas dúvidas, e por vezes, alguns "pequeninos erros" à mistura. A primeira consulta com o médico veterinário, é muitas vezes acompanhada por uma longa lista de perguntas.

Hoje, vou dar-lhe algumas dicas acerca do que deve fazer com o seu novo cachorro. Oportunamente falarei sobre os gatinhos.


O cachorro não deve ser colocado no chão em espaços públicos até ter sido vacinado.

O meio ambiente pode estar contaminado com microorganismos (vírus, parasitas), e o seu cachorro, até realizar as vacinas encontra-se vulnerável.

O animal não deverá ter contacto com outros cães acerca dos quais desconheça o estado vacinal

O seu cão poderá e deverá contactar com outros animais, no entanto, certifique-se que estes se encontram correctamente vacinados.

Mantenha o mesmo alimento que o animal comia antes de se encontrar em sua casa.

As alterações alimentares devem realizar-se de forma gradual. Se tiver de alterar a alimentação, procure misturar o novo alimento com o antigo, alterando gradualmente as proporções. O seu médico veterinário poderá ajudá-lo a escolher o tipo de alimentação mais adequada ao seu cachorro, de qualquer  forma, opte sempre por marcas de boa qualidade.

Se pretender oferecer comida caseira, lembre-se que os "restos" não são adequados, e é mais difícil conseguir o melhor equilíbrio nutricional.

Não ofereça ao seu cão:

  • Comida condimentada
  • Carne de porco
  • Ossos
  • Cebola e alho
  • Chocolate
  • Uvas
  • Abacate

Tenha uma cama para cachorro confortável e acolhedora disponível e coloque-a em local tranquilo para o animal poder descansar.

Providencie alguns brinquedos para o seu cachorro.

Evite dar banho ao seu cachorro

Se tiver necessidade, use um champô adequado à idade do animal, dê banho com água morna e em local resguardado de correntes de ar. Evite que a água entre dentro dos ouvidos.
Seque muito bem o animal com uma toalha e coloque-o em local abrigado.
O uso do secador pode requerer algum treino porque alguns animais poderão assustar-se com o ruído.


O seu cachorro irá aprender a fazer as necessidades apenas num local, mas é necessário alguma paciência.

Coloque um resguardo ou jornal no local que pretende que seja usado pelo animal.
Os cachorros têm necessidade de "ir ao jornal" em alturas específicas como após acordar, após uma refeição, ou após um período de brincadeira intensa. Aproveite estes momentos para o colocar no local pretendido, e se o animal tiver o comportamento adequado, não se esqueça de reforçar positivamente este comportamento (com um biscoito de recompensa e festas).
Se o animal urinar ou defecar fora do sítio, deverá travar esse comportamento no momento e colocá-lo no local correcto. Técnicas como "esfregar o focinho na urina" não trazem qualquer resultado positivo. Se chegar a casa e encontrar tudo sujo, também não vale a pena gastar a sua energia a repreender o cachorro, porque ele já não fará a associação ao comportamento indesejado.
Enquanto o cachorro não tiver o comportamento correcto apreendido, mantenha-o em local restrito e perto do jornal ou resguardo. Estando mais próximo, irá lembrar-se melhor daquilo que tem de fazer.

Leve o seu cachorro a uma consulta com o médico veterinário assim que for possível

Se o seu cachorro não manifestar quaisquer sinais de mau estar ou doença, aguarde dois ou três dias antes de o levar à consulta, desta forma, conhecerá melhor o seu animal. Um animal saudável deve interagir com o seu ambiente, deve alimentar-se correctamente, não deverá ter corrimentos nasais ou oculares, as fezes deverão ser moldadas, não deve apresentar lesões na pele. Se verificar alterações em algum destes parâmetros, leve-o imediatamente ao médico veterinário.

O seu médico veterinário irá esclarecer todas as suas dúvidas.

E agora, basta retribuir o amor incondicional que o seu cachorro lhe dará!



terça-feira, dezembro 31, 2013

Os cães, os gatos e o Ano Novo

Os perigos da festa de Ano Novo


 


Ano Novo, Vida Nova, e a poucas horas dos festejos que darão as boas vindas ao novo ano, é importante lembrar, que para quem tem cães ou gatos, os preparativos para a grande festa devem incluir práticas com vista à segurança dos seus animais.

Além de todos os perigos já mencionados no artigo "Os cães, os gatos e o Natal...", e que devem ser acautelados, surgem outros perigos relacionados essencialmente com o ruído excessivo característico desta celebração.

O fogo de artifício, a música com som elevado, as buzinas dos automóveis, as panelas que batem ou cornetas que se tocam de acordo com o gosto ou tradição de cada um, induzem nos animais medo e stress, podendo daí resultar fugas e perdas de animais, ou acidentes com traumatismos mais ou menos graves.

O álcool também faz parte das tradições da festa de Ano Novo, e entre possíveis excessos, o seu animal poderá ficar à mercê de algum convidado mais "alegre", que conscientemente ou não, poderá colocar em risco a sua segurança.

Cuidados com os cães



  • Mantenha os seus animais dentro de casa durante os fogos de artifício.    
    • O som assusta os animais que podem ficar em pânico, desorientados e até agressivos.
    • Um animal em pânico pode facilmente fugir, identifique o seu animal com microchip e identificação na coleira
    • Os animais que habitualmente dormem no exterior devem ser recolhidos para o interior de casa:
      • Pode fugir ou magoar-se ao tentar saltar vedações
      • Existe perigo de estrangulamento no caso de animais que estão presos por coleira e trela.
  • Mantenha o animal fechado numa divisão da casa mais tranquila, sem janelas ou com janelas bem trancadas e bem isoladas. Desta forma minimiza-se o risco de fuga pelas janelas, e o ruído exterior é menos intenso.
  • Mantenha uma televisão ou rádio ligados na divisão em que se encontra o animal de forma a abafar os ruídos vindos do exterior.
  • Se possível, mantenha o animal acompanhado por alguém que o consiga tranquilizar.
  • Se o animal é muito ansioso ou manifesta alterações comportamentais nestas situações, considere administrar um sedativo prescrito pelo seu médico veterinário.
  • Antes da festa, realize um longo passeio com o seu cão, e de seguida, administre-lhe uma bela refeição, o animal terá tendência a ir descansar.


Cuidados com os gatos

Embora muitos das prevenções acima referidas se apliquem também aos gatos, existem alguns cuidados adicionais que são requeridos pelos gatos.

  • Se tem gatos que costumam ter livre acesso ao exterior, recolha-os antes de anoitecer e tranque todas as saídas possíveis.
  • Coloque-os numa divisão tranquila com água, comida e a caixa de areia encostadas à parede de forma a não serem derrubadas.
  • Certifique-se que a divisão possui locais de fuga/esconderijos para os seus gatos. Poderá colocar cobertores dentro de armários e debaixo das camas, deixando-os de forma a que os gatos possam passar para debaixo deles.
  • Retire objectos que possam ser derrubados.


Desejo-lhe um excelente 2014!

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Poderá um animal ser um presente de Natal?


Tendo em conta o bem estar absoluto de um animal e respeito pela vida destes companheiros, a resposta quase inequívoca a esta pergunta será: 
Não, um animal não é um presente, é um ser vivo que precisa de cuidados diários e permanentes, de carinho e acompanhamento, exigindo de quem o tem ou quer ter, um compromisso de muitos anos.

No entanto, respostas dogmáticas e estanques nem sempre encerram todas as possibilidades, e embora um animal não possa ser visto como um presente que se embrulha e se coloca debaixo da árvore de Natal, pode ser oferecido por alguém a alguém que reúna as condições absolutas para o receber e acarinhar.


Se pretende presentear um adulto ou uma criança com um animal certifique-se que:

  • Todos os membros da família concordam e desejam a presença de um animal em casa
  • Existe consciência por parte da família que adquirir um animal é um compromisso para muitos anos (pelo menos 10 anos para cães e gatos), e depois de recebido não pode ser devolvido
  • Um animal vai sujar a casa e pode provocar alguns estragos
  • É necessário tempo e disponibilidade para várias atividades relacionadas com a rotina dos animais (passeios à rua, limpezas de caixas de areia e gaiolas, escovagens, banhos, visitas ao veterinário)
  • É necessária alguma capacidade económica para manter um animal (despesa com alimentação, acessórios como trelas, escovas e transportadoras, despesas médico veterinárias como vacinações, desparasitações internas e externas, urgências)
  • O animal deve ser adequado à pessoa ou à família (por exemplo, uma pessoa que tenha alguma dificuldade de locomoção não deve ter um animal de grande porte e muito enérgico).
  • Se o animal for oferecido a uma criança, deve ter-se em consideração a sua idade, crianças muito pequenas podem magoar inadvertidamente os animais. Antes dos quatro anos recomenda-se animais como Porquinhos da India. Crianças a partir dos 10 anos já tem capacidade e responsabilidade para ter um cão ou um gato.
Ter um animal não é um direito, é uma responsabilidade. Seja responsável!